quinta-feira, 15 de agosto de 2013

A Virgem Cigana



 

Opinião:

 
Não há nada como ler um livro que para além de ter uma história que nos encanta ainda nos ensina uma lição de vida. É gratificante saber que aquela história tem uma determinada moral e que não se cinge apenas a um enredo envolto em seda e purpurinas. Que o livro tem uma mensagem para nos transmitir e que vamos retirar uma conclusão após a sua leitura.


Esta é a ideia com que fico após ter terminado a leitura de mais um livro desta autora. Santa Montefiore não resiste em deixar-nos uma mensagem em cada romance que escreve. Este livro não é excepção.
Ao longo destas deliciosas páginas, que li avidamente, conhecemos a vida de Mischa e da sua mãe, Anouk. Mischa nasceu em Bórdeus há seis anos. Mais precisamente há seis anos e três quartos e tem uma peculiaridade: é mudo. Contudo, a sua mudez é sintoma de um trauma do seu passado e de uma grande injustiça que sofreu, juntamente com Anouk, por parte dos habitantes da aldeia de Maurilliac. Esse incidente condiciona de forma inevitável a vida deste rapaz, fazendo com que este não tenha amigos da sua idade e que as pessoas o olhem com ódio, rancor e desprezo. Daí que as pessoas de que gosta e que gostam dele tenham um lugar especial no seu doce coração.
Num dia de vento surge um americano, na aldeia, conhecido como Coiote, que decide hospedar-se no château em que Anouk trabalha. E a partir daí a vida destas 3 personagens muda por completo. Os três mudam-se para os E.U.A. onde irão iniciar uma nova vida, longe dos preconceitos dos habitantes daquela pequena localidade francesa.
Coiote representa tudo para Anouk e Mischa. Os dois depositam todo o seu amor, esperança e desejo de serem felizes neste homem. E, durante os primeiros anos, a felicidade polvilha a vida de todos eles.
Todavia, sem nada o fazer prever, um dia Coiote sai de casa e não volta mais. Nesse momento, o mundo de Mischa, bem como tudo aquilo em que ele acredita, começa irremediavelmente a ruir.
Os anos vão passando mas a amargura de Mischa acentua-se com o passar do tempo. E o que este livro nos ensina ao longo do percurso deste protagonista é que não vale a pena termos mágoas relacionadas com o nosso passado. Não vale a pena termos esqueletos no armário, porque isso só nos torna pessoas tristes, amarguradas e infelizes. É importante resolvermos bem os nossos traumas, os nossos pequenos (ou grandes) dramas do dia-a-dia para podermos viver de forma plena.
Outro dos ensinamentos que recebi com a leitura deste livro é que todos nós somos falíveis e cometemos erros dos quais nos arrependemos mais tarde. Por isso, devemos estar abertos a ouvir os outros, tentar compreendê-los e, sobretudo, perdoá-los. Embora esta última parte nem sempre seja fácil.
Enfim! Posso dizer que, mesmo sendo apenas o 2º livro da Santa Montefiore que leio, estou rendida à sua escrita. É certamente uma autora a seguir!
 


 4 ****
 

Sinopse:

Autora: Santa Montefiore - N.º de Páginas: 348 - Editora: Bertrand



Um dia o vento traz-lhe Coyote, um americano, e a sua vida muda radicalmente. Deixando a França para trás, Mischa reencontra a felicidade ao lado da mãe e de Coyote numa pequena cidade americana. No entanto, e tal como aconteceu com o seu pai, o padrasto também desaparece de repente sem uma palavra.

Já adulto, Mischa vive atormentado por estas cicatrizes. Quando a sua mãe, ao morrer, entrega a um museu A Virgem Cigana, um célebre quadro de Ticiano cuja existência Mischa desconhecia por completo, este decide então regressar a França para fazer as pazes com o seu passado e descobrir a verdade sobre a origem do quadro, por mais dolorosa que esta possa ser.


Mischa conhece bem a sensação de abandono. O seu pai alemão desapareceu no final da guerra, deixando-o a ele e sua à mãe entregues ao ódio e ao desprezo dos outros habitantes da vila francesa.


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