Elizabeth Adler
Opinião:
Um livro que, desde o início, me transporta
para um cenário idílico já tem meio caminho andado para cair nas minhas boas
graças e me deixar rendida. Se a tudo isto juntarmos um bom enredo e uma
escrita interessante, o livro conquista-me certamente.
Foi exactamente isso que
aconteceu com este livro de Elizabeth Adler. Esta senhora tem o dom de
descrever paisagens e locais fantásticos. De tal modo que sentimos que estamos
lá a assistir a toda a acção. Só nos dá vontade de lá estar também, de ir aos
restaurantes onde vão as personagens, de provar as mesmas iguarias, de passear
naqueles locais e nos maravilharmos com todos aqueles sítios deslumbrantes.
O estilo é aquele a que a autora
já nos habituou. Uma escrita leve, com capítulos curtos que convidam a uma
leitura veloz. A narrativa também não foge ao habitual. Uma das personagens
morre, mas as circunstâncias da sua morte estão envoltas num manto de mistério.
Ao longo do livro assistimos ao desenrolar do novelo e o puzzle começa aos
poucos a encaixar, esclarecendo-se assim o mistério em causa.
Em Regresso a Itália conhecemos Lamour Harrington, uma arquitecta
paisagista que viveu a sua infância em Itália com o seu pai, o famoso escritor
Jon-Boy. O pai de Lamour sempre foi um sedutor inveterado e sempre teve muitas
namoradas, o que deu acabou por dar à protagonista a possibilidade de viver “mais
solta”, sem regras muito rígidas.
Contudo, a determinada altura, Jon-Boy
achou que seria preferível deixar a filha com os pais da sua amiga Jammy, em
Chicago, para que pudesse estudar e ir para a universidade. Apesar de adorar
Jammy e a sua família, Lamour sentia imensas saudades do seu pai. Até que um
dia recebeu a notícia de que Jon-Boy tinha sofrido um fatídico acidente de
barco. Lamour sofreu imenso com a perda do seu pai e nunca quis voltar à sua
maravilhosa casa na costa amalfitana. Até que um dia a sua amiga Jammy lhe faz
uma revelação que vai coloca a sua vida de pernas para o ar. Desorientada,
Lamour decide regressar a Itália.
Mas, contrariamente ao que
pensava, estabelecer-se novamente na casa em que vivia com Jon-Boy não se
revela tão fácil como parecia.
Gostei imenso de Lamour. Foi uma
personagem com quem criei empatia de imediato devido ao seu carácter
independente, resoluto e prático. Depois deste livro estou a suspirar por umas
férias em Amalfi. Ai…
Deixo-vos com uma frase que me
marcou profundamente neste livro:
“A vida não é concedida a título
permanente. É um privilégio e temos de utilizar o nosso tempo de forma judiciosa. Cabe-nos a todos fazer dela o que pudermos.”
Mifune
4 ****
Sinopse:
O marido de Lamour Harrington morreu há dois anos. Desde então, Lamour
deixou-se absorver pelo seu trabalho de arquiteta paisagista, mas nem sequer a
criação de belas «salas» exteriores consegue devolver-lhe a paz interior.
Quando é confrontada com uma horrível verdade sobre o marido que adorava,
Lamour percebe que precisa de um lugar onde se reconciliar com a vida. Regressa
à casa na costa amalfitana onde viveu com o pai durante os anos mais felizes da
sua infância. Mas a casa das suas recordações contém os seus próprios segredos
e obriga-a a enfrentar novas verdades sobre outro homem que amou em pequena. A
morte do pai foi mesmo acidental? Ou esconderia alguma coisa que precipitou o
seu desaparecimento precoce?
Dividida entre dois homens misteriosos e
irresistíveis, Lamour descobre que o passado tem formas de reaparecer quando menos
se espera. E alguém quer assegurar-se que Lamour não revela os segredos daquele
refúgio idílico e de sonho. Quando o passado e o presente colidem num clímax
demolidor e cheio de suspense, Lamour deve encarar o que mais teme, para
encontrar a coragem de viver a vida na sua plenitude. Regresso a Itália é um
romance fascinante, que nos excita os sentidos e se lê de um fôlego.