Luz Gabás
Opinião:
A
primeira vez que tropecei neste livro foi no aeroporto de Madrid. Na altura
livro ainda não tinha sido editado me Portugal. Mas a edição espanhola era de
capa rija, o que me desincentivou a comprá-lo, porque ando de transportes
públicos e um livro de capa rija é algo bem pesadito. Contudo, quando vi que a
Marcador tinha editado o livro em português (que ainda por cima era mais barato
que a versão espanhola) não consegui resistir-lhe.
Não sei
se sentem o mesmo que eu ao ler a sinopse, mas ao fazê-lo senti que tinha de
conhecer a distante ilha de Bioko, a principal ilha da Guiné Equatorial. Após
acabar o livro posso dizer que fiquei com vontade de lá ir pessoalmente e
encontrar alguns dos locais descritos pela autora.
O livro
é um fiel retrato do espírito colonial que se vivia em meados do século XX, na
Guiné Equatorial, altura em que os espanhóis tudo faziam para subjugar aquele
povo à sua vontade e costumes.
Palmeiras na Neve conta
a história de uma família espanhola, da qual fazem parte os irmãos Kilian e
Jacobo, que emigram para Bioko, na esperança de fazerem fortuna e um dia
regressarem ao seu país natal. Estes irmãos são tão diferentes como água e
azeite. Jacobo é um homem rude, sempre pronto para a farra e que faz gosto em
explorar os escravos que trabalham nas plantações de cacau da fazenda de Sampaka.
Kilian, por seu lado, é um homem calmo, fiel aos seus princípios e que se
apaixona por aquela nova terra. A sua paixão por este novo local é tão forte
que, durante anos, Kilian evita voltar a Pasolobino, a sua aldeia espanhola,
com receio de enfrentar a realidade com que não quer defrontar-se.
As
vidas destes dois irmãos acabam por se entrelaçar de forma tão intrincada que
nunca mais se separam. O passado esconde um terrível segredo. Um segredo que
Kilian fez a questão de calar, mas que lhe dói na alma até ao presente. Momento
em que a sua filha, Clarence, descobre uma carta que a intriga e a leva a
viajar para Bioko, para descobrir aquilo que o seu pai nunca lhe quis contar.
Luz
Gabás fez o seu trabalho de casa e percebe-se que houve um bom trabalho de
pesquisa para esta obra, que retrata cruamente o colonialismo espanhol, a
vontade de dominar um país e um povo com costumes diferentes e de os expurgar
daquilo que os torna únicos. Após a leitura do livro fiquei muito mais sabedora
acerca do cultivo do cacau e daquela que foi mais uma época negra na história
da humanidade.
Palmeiras na Neve
aguçou-me o apetite por mais livros desta autora, que conseguiu construir uma
trama consistente e com um desfecho que não fui capaz de prever. Esta é uma
história de amor, de ódio, de guerra e de paz, polvilhada de cacau. Para quem
gosta de sabores exóticos.
4 ****
Sinopse:
Estamos no ano de 1953 e Kilian abandona a
neve da montanha para iniciar com o seu irmão Jacobo, uma viagem apenas de ida
para uma terra desconhecida, longínqua e exótica. Nas entranhas deste
exuberante e sedutor território, espera-os o seu Pai, um veterano que trabalha
na fazenda de Sampaka, o lugar onde se cultiva e tosta um dos melhores cacaus
do mundo.
Nessa terra eternamente verde, cálida e voluptuosa, os jovens irmãos descobrem os encantos de uma vida social na colónia em contraste à vida monótona e cinzenta que se vivia na Espanha dos anos cinquenta. Trabalham o cacau com afinco e esforço para conseguir as melhores colheitas, conhecem o significado da amizade, da paixão, do amor, do ódio. Mas um deles irá cruzar uma linha proibida e invisível ao apaixonar-se perdidamente por uma nativa. Esse amor pulsante e urgente, marcado pelas circunstâncias históricas, irá mudar para sempre o rumo das suas vidas e será a origem de um segredo que marcará as suas vidas até ao tempo presente.
Nessa terra eternamente verde, cálida e voluptuosa, os jovens irmãos descobrem os encantos de uma vida social na colónia em contraste à vida monótona e cinzenta que se vivia na Espanha dos anos cinquenta. Trabalham o cacau com afinco e esforço para conseguir as melhores colheitas, conhecem o significado da amizade, da paixão, do amor, do ódio. Mas um deles irá cruzar uma linha proibida e invisível ao apaixonar-se perdidamente por uma nativa. Esse amor pulsante e urgente, marcado pelas circunstâncias históricas, irá mudar para sempre o rumo das suas vidas e será a origem de um segredo que marcará as suas vidas até ao tempo presente.
Críticas de imprensa
«Uma
história cativante que recria o nosso passado colonial em África. Uma leitura
que não vai conseguir abandonar.»
Maria Dueñas, autora de O Tempo Entre Costuras
«Impossível parar de ler!»
El País
Maria Dueñas, autora de O Tempo Entre Costuras
«Impossível parar de ler!»
El País